Farta da nova geração de preguiçosos

Às vezes à situações que me surpreendem pela negativa, principalmente quando os jovens da minha geração aprendem a não se esforçar.

No primeiro período, acho que foi em finais de Janeiro, inícios de Fevereiro, eu estava na fila no bar e oiço um rapaz a dizer a outro:

- Tive 9,6 no teste.

E o outro ficou um pouco reticente, sem saber o que dizer. E o que falou continuou:

- Foi bué bom! Tas a gozar? Foi muito bom!

E ele estava mesmo a falar a sério. Uma coisa é não se ser bom a algo, outra coisa é contentar-se com um 10. Podia estar aliviado por não ser negativa, mas daí a dizer que era uma nota muito boa!?

O problema é que depois ninguém pode dizer nada. Porque caso falemos dizem logo que é por sermos bons alunos e pensarmos que todos têm de ser como nós. Eu sei que na escola nem todos os alunos são brilhantes. Todavia, também acho que todos devem tentar o seu melhor, dentro dos seus limites. E, se estão na secundária, já deveriam perceber que estão a lutar pelo seu futuro.

Contudo, há muitos adolescentes que tiveram a vida facilitada pelos pais e acham que vai ser sempre assim, e há outros que já passaram por tanto que acham que já não é possível recuperar. Mas, sinceramente? É verdade que há situações horríveis por onde ninguém deveria ter que passar. Mas cresçam! Tomem as rédeas e dêem um rumo à vossa vida! Pode ser uma das coisas mais difíceis e não digam que eu não sei do que falo, porque sei. O blog nem tem metade da minha história, por isso vocês nem fazem ideia. Mas ambos esses grupos de adolescentes estão a ter a mesma atitude de cobardia, porque estão demasiado assustados com as probabilidades de suceder. Que se lixem as probabilidades. A vida é vossa e se há alguém que a pode mudar são vocês.

Agora, eu estou é farta de ver esta nova geração a deitar a sua vida fora e a desleixarem-se por completo. A liberdade, a igualdade - ou quase igualdade -, o ensino... tudo isto foi-nos dados porque as gerações anteriores lutaram para isso. Podem dizer que era uma geração de retórgrados. E muitas dessas pessoas eram. Mas quem lutou por todos esses direitos foram as pessoas com a visão mais alargada. Foi aquele pequeno grupo que se atreveu a pensar diferente e que deitou "mãos à obra". E é esta geração que está a desperdiçar e a ignorar todas as oportunidades pelas quais os nossos antepassados lutaram.

Eu não quero que os jovens se foquem apenas na escola. Porque assim estaria a ser hipócrita. Eu saio, eu divirto-me, vou a bares, cometo loucuras... mas quando é hora de trabalhar, é hora de trabalhar.

Eu apenas quero que ganhem alguma consciência, responsabilidade, maturidade, que descubram aquilo que realmente gostem e que transformem isso em algo que todos possam apreciar. E que sobretudo comecem a pensar no vosso futuro e que comecem a se esforçar para o alcançar.

A vida pode ser cruel, mas todos temos o poder para a mudar.